Pinturas do Artist Joao de Brito na Galaria en Hayward California
Saturday, June 10, 2006 at 12:52AM
Joao de Brito

Passos da Vida

6/9/2006 - PASSOS DA VIDA

A visão artística de João de Brito transcende limites culturais, artísticos, nacionais e pessoais, expressando-se através de pinturas que encarnam um desejo universal de exuberância e felicidade. A sua personalidade cativante revela-se através de toda a sua obra, e não será por acaso que as suas pinturas nos parecem sugerir a promessa de um amanhã melhor… Se não se puder deixar de sorrir ao ver uma pintura de João, o artista decerto já logrou o seu objectivo.

João veio ao mundo na ilha de São Miguel, nos Açores, um lugar do Atlântico de beleza natural subtropical, onde a vida é simples mas cheia de possibilidades. Imigrou, jovem, para a costa leste dos Estados Unidos com a família, e de lá mudou-se para a península de Monterey, na Califórnia. Cresceu num ambiente de gente criadora e foi um observador e estudante de arte desde os seis anos, vindo a frequentar mais tarde aulas de arte e cursos numerosos na universidade. Adoptou a sua identidade Luso-Americana, celebrando a terra natal na sua arte.

O seu desenvolvimento artístico continuou à medida que foi aprendendo com outros na América e na Europa, tais como os Impressionistas William B. Hannum e Mark Geller, e o mestre tradicionalista David Leffel, inspirado por Rembrandt. Foi influenciado pelos grandes fauvistas franceses - ao olhar as suas pinturas podem detectar-se os ecos sussurrados de Henri Matisse e de André Derain. Conta ainda entre as suas influências os primeiros Impressionistas Californianos, em especial os membros da Society of Six, Selden Gile e August Gay, assim como Armin Hansen, Franz Bischoff e a grande pintora E. Charlton Fortune.

Praticante de pintura en plein air, João pinta igualmente no seu atelier, frequentemente ao som de música (clássica, jazz, ou Fado). Além de outros motivos, o seu trabalho abrange paisagens de vinhas ondulantes, ladeiras luxuriantes, e imagens do dia a dia.
A primeira coisa que a maior parte das pessoas nota na sua obra é a cor. Ela é viva, contudo não garrida, e as pinturas parecem permeadas de alegria e calor.

João tem viajado extensivamente por todo o mundo. Na Nova Zelândia teve a oportunidade rara de conviver e criar com o povo Maori. Talvez tenham detectado um espírito congénere, nascido nas ilhas e muito ligado à natureza. Foi uma honra fora do vulgar, de que João nunca se esquecerá. Foi honrado uma outra vez com um convite para se associar aos Beachcombers, uma organiza_ão selecta de homens ligados às Belas-Artes, baseada em Provincetown, Massachusetts, que inclui personalidades como os pintores Charles Hawthorne, Henry Hensche, Ross Moffett e Sal Del Deo, e figuras literárias tais como John Dos Passos e Harry Kemp.

Outra distin_ão conferida a João foi um convite do governo português para participar numa excursão de uma semana com outros artistas. Pintores, escritores, poetas e compositores foram convidados a traduzir as suas experiências pessoais dos Açores através das suas respectivas criações. O governo tenciona publicar em livro estas impressões


As pinturas de João têm sido expostas no mundo inteiro. O seu trabalho integra colecções particulares importantes e museus na América do Norte e na Europa. A sua obra tem vindo a conquistar-lhe um núcleo leal de apreciadores, do Pyromania Art Center em Taurange, Nova Zelândia, à Lola Art Gallery na histórica Roswell na Geórgia, Estados Unidos. A personalidade de João irradia através das suas pinturas, as quais a crítica de arte de Provincetown, Jan Kelly, qualifica a um tempo de “cerebrais e confiantes “. Kate Nolan, proprietária das galerias Many Hands em Santa Cruz e Capitola, Califórnia, expõe exclusivamente obras de João na galeria de Santa Cruz onde passa a maior parte do tempo. Segundo ela, “a pintura de João de Brito é aquela cuja convivência prefiro acima de todas”.

Na língua Maori, a palavra “mauri” significa “aquela força da vida presente em todos os objectos.” Talvez cada obra de João seja imbuida dessa força de vida a qual, longe de diminuir, alimenta o seu ser. Cada vez que alguém se deleita ou se detém a olhar, reflectindo, para uma das suas pinturas, essa força de vida aumenta para todos.

Vê através dos olhos de uma criança, aberto e receptivo a tudo e a todos. É este dom natural que acima de tudo ressalta do seu trabalho. Para além de cores vivas, as suas pinturas contêm “matizes que ninguém nunca imaginou” (Kristy Wegert, proprietária da Lola Art Gallery). A sua obra circula através do mundo artístico qual quadriga de Apolo, espalhando a luz da vida para quem saiba ver. De facto, ao ver uma tela que João pintara de uma cena nos Açores, um amigo observou: “o céu não é tão azul”. Talvez não fosse para ele ou para mais ninguém que o tivesse visto nesse dia… excepto João. Afinal, será a missão da arte mostrar-nos o mundo como é, ou o mundo como o artista o vê?

Em Provincetown, Mass., o proprietário-gerente da Thanassi Gallery, Vasso Trellis, diz que as pinturas de João têm “uma exuberância exótica, mágica, surreal, magnética” com “cores frescas, luminosas que capturam à perfeição a luz do dia sem igual de Provincetown”. A sua “paleta impressionista” transporta-nos a um “Paraíso terreal” quando o tema é os Açores. As suas “cores e emoções fortes e vibrantes apelam à alma do observador”.

Passos da Vida mostra-nos as últimas pinturas no trajecto artístico de João.
Trata-se tanto de imagens das suas viajens como de lugares próximos de sua casa, paisagens de verdes profundos, laranjas convidativos, vermelhos queimados de sol, azuis de alegria pura, amarelos intensos, e sombras que parecem emitir luz…vinhas, beira-mares, lagos, árvores, vales, montanhas, aldeias... tudo isso renasce na visão singular de João.

Neste momento os Passos da Vida de João cruzam-se com os passos da vida de quem vê. Demore-se a olhar estas pinturas. Quanto mais olha, mais vê. Eventualmente reconhecerá que existe uma ligação entre si e o trabalho de João, e começará a ver o mundo com um olhar renovado.

By: Stephen Antczak
Trad: Júlia Pedreira-Lewis

@João de Brito, todos os deireitos reservado
Article originally appeared on Joao de Brito Painter Artist Portuguese American born in the Azores Portugal (http://joaodebrito.com/).
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